sábado, 18 de setembro de 2010

"LIBERDADE PARA VOAR"

O Porteiro

Não havia no povoado pior ofício do que 'porteiro do prostíbulo'. 

Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício
Um dia, entrou como gerente do prostíbulo um jovem cheio de idéias criativo e empreendedor, que decidiu modernizarestabelecimento
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções
Ao porteiro disse: 
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços
- Eu adoraria fazer isso, senhor. - Balbuciou - Mas eu não sei ler nem escrever
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, não poderá seguir trabalhando aqui
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida  inteira, não sei fazer outra coisa. - Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muitoque tenha sorte
Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego
Mas  contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado. 
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra
E assim o fez. 
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar... 
 - Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo
 - Se é assim, está bom
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse: 
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens  mais próxima está a dois dias de viagem sobre a mula
- Façamos um trato - disse o vizinho
Eu pagarei os dias de ida e volta  mais o preço do martelo, que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece? 
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias.... Aceitou. 
Voltou a montar na sua mula e viajou. 
No seu regresso, outro vizinho o  esperava na porta de sua casa
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras
Que lhe parece? 
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora.   E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de tempo para viajar para fazer compras'. 
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido. 
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens
A notícia começou a  se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam  encomendas
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois,  comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira  loja de ferragens do povoado
Todos estavam contentes e compravam dele. 
não viajava, os fabricantes  lhe enviavam seus pedidos
Ele era um bom cliente
Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc. ..
E após foram os pregos e os parafusos... 
Em poucos anos, nosso amigo se  transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado
Nela, além de ler e escrever,  as crianças aprenderiam algum ofício
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse: - É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola
- A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou  analfabeto
- O Senhor?!?! - Disse o prefeito sem acreditar
O senhor construiu um  império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado.  Eu pergunto: 
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever
- Isso eu posso responder. - Disse o homem com calma
Se eu soubesse ler e escrever... Ainda seria o
PORTEIRO DO PROTÍBULO!!!

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
                   As adversidades podem  ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água:
'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna'.
Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.
Quando você quiser saber o seu valor, procure pessoas capazes de entender seus medos e fracassos e,
Acima de tudoreconhecer suas virtudes.
      Isso realmente é verídico, contado por um grande industrial                    chamado.........  
                                                Sr. Tramontina.

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